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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto: poetassigloveintiuno.blogspot.com

 

STANISLAW BARANCZAK
( Polônia )

 Poznan, 1946. 
É poeta, tradutor, ensaísta e crítico literário.
Sua obra poética inclui Korkta twarzy (1968), Jednym tchem (1970), Trypyk z betonou zmeczenia i sniegu (1980) (1980), Prodróz zimova (1994) e Chirurficzns precyzja (1998).
Stanisław Barańczak morreu aos 68 anos após "uma longa doença debilitante" em
Newtonville, Massachusetts, em 26 de dezembro de 2014. Ele foi enterrado no Cemitério Mount Auburn.

 

POESIA SEMPRE. Ano 15 Número 30 2008. Polônia. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 178 p. No. 10 381
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA

 

A longevidade dos verdugos

Verdugos, mas aqueles monumentais,
não aqueles para serviços úmidos, mas aqueles para estatísticas secas,
não aqueles de punhos em garra, mas os de números redondos,.
com seis zeros — em outras palavras, aquele que exterminam multidões
sob a condição de que resistam aos próprios expurgos
e passem para a História, surpreendendo sempre
com o fato de sobreviverem todos saudáveis até uma idade avançada.
Todas as falsas testemunhas de Jeová, maçons,
artistas, camponeses, padres, proprietários de terras,
os eventualmente infelizes que alguém denunciou por vingança
e aqueles cujos nomes alguém cuspiu com os dentes,
certamente repetiram(se ressuscitassem) conosco
(certamente em voz mais alta) um admirado “ por quê)
ao contemplar aqueles velhotes vigorosos aposentados
que aquece, os ossos nos bancos de jardim
fazem pipa para os netos, sorvem sopas
de beterraba vulgarmente, utilizam as conquistas
da Medicina contemporânea desconhecendo quaisquer outros tormentos
[infernais
além das desventuras senis com a próstata.

Creio que deste modo você possa informar-nos um número qualquer,
dentro do qual, como sempre, se esconde a idéia
que você conserva para si próprio.
Mas, afinal, do que se trata? Mantê-los entre nós
para oferecer uma oportunidade — para quê? — para um processo
alguns séculos atrasados, sobre milhões de anos de
vidas exterminadas? Para extorquir
reconhecimento ou as memórias deles? Para
a compreensão da natureza humana
através desse exemplo vivo contundente? Será que
precisamos parar diante do espelho com eles, devemos posar juntos para
[fotografias
que mostram que carrascos e vítimas não se distinguem em coisa alguma?
Talvez você queira mostrar-nos que se desaparecesse para sempre
ainda assim isso testemunharia
a seu respeito e que
não nos esforcemos em vão para entender
a diferença entre o prêmio e o castigo?

Tradução de ALEXANDAR JOVANOVIC (Céu vazio: 63 poetas eslavos. São Paulo,
Hucitec, 1996).

 

*
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Página publicada em maio de 2025.


 

 

 
 
 
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